Resumo: Esta comunicação propõe uma reflexão sobre as conclusões da tese de doutoramento realizada no âmbito da arquitectura portuguesa e da sua observação no tempo longo, sobre os princípios construtivos e de desenho que deram origem a um modelo basilical de escala média para igrejas de três naves, construídas em Portugal, entre o século XII e meados do século XVI.
Com base em doze edifícios, apresenta-se um fio condutor que pretende definir uma segunda linha coerente, reveladora de uma outra natureza da arquitectura portuguesa, a par dos grandes monumentos nacionais, que relaciona edifícios de diferentes programas construtivos e de diversos períodos artísticos e ordens religiosas.
Propõe-se uma leitura da forma, composição e expressão, a partir de um modo de ver disciplinar e estuda-se a entrada, formação e difusão do modelo basilical beneditino, registando as inovações e as diferenças e discutindo as hipóteses sobre as permanências ao longo do tempo.
Através da comparação e sobreposição dos desenhos das obras revelam-se as principais relações de medida e de proporção existentes, procurando compreender a síntese entre as questões construtivas e as questões compositivas, o modo como as obras são lançadas e qualificadas do ponto de vista do seu programa e do desenho.