A presente comunicação pretende analisar um conjunto de igrejas românicas de nave única e a sua relação com a paisagem, com base na leitura de três factores determinantes para a definição da sua escala: a composição formal, a expressão material e a clareza volumétrica.
Discute-se a escala do edifício de acordo com o contexto em que este se insere, procurando um entendimento sobre os modos da comunicação entre a obra e a paisagem, quer se trate de um antigo eremitério ou de ponto estratégico associado à defesa de um território.
O estudo da composição formal procura compreender a relação entre as partes, da conformação da nave e da cabeceira, dimensionadas de acordo com um saber de fazer que se adapta às circunstâncias particulares de cada obra, às condições do terreno e aos meios disponíveis. Observam-se as medidas e as proporções.
A investigação sobre a expressão material procura analisar a importância do uso de materiais locais e o modo como o mesmo material pode ser trabalho em função da expressão que se pretende alcançar, de acordo com a sua localização no corpo do edifício, alcançando uma certa continuidade e equilíbrio com o lugar.
A leitura sobre a clareza volumétrica prende-se com a questão da presença do edifício na paisagem, com a sua visibilidade, não só como ponto de referência, como também pela importância simbólica enquanto elemento que define a humanização e a sacralização de um vasto território. Observa-se o edifício como marca na paisagem, que apresenta ao nível do desenho da nave e da cabeceira, uma tendência para uma certa unidade e um sentido de verticalidade. Observa-se o edifício ao longe.