O debate disciplinar entre 1981 e 2008.
Notas (im)precisas para uma leitura crítica. Dados (des)conhecidos para uma leitura sistemática.
Resumo: No âmbito da temática Revistas de Arquitectura, o presente artigo pretende pensar a possibilidade de reconhecer especificidade à arquitectura portuguesa, através de uma leitura crítica e sistemática dos textos e projectos publicados no Jornal dos Arquitectos (JA) entre 1981 e 2008.
Os discursos, que agora recuperamos, produzidos por conselhos editoriais, arquitectos e colaboradores do Jornal, representam um conjunto de questões que conferem pertinência a um debate em torno da arquitectura portuguesa, das suas circunstâncias e do contexto que as envolve, no sentido de uma aproximação constante à descoberta de um modo de saber fazer que, na relação com o real e na gestão das necessidades e compromissos, parece ser específico da condição portuguesa.
Assim, interessa sublinhar quais os valores permanentes que sustentam este modo de saber fazer e compreender o sentido das adaptações, aculturações e assimilações assinaladas por diferentes autores em diferentes contextos disciplinares.
As notas agora apresentadas cronologicamente permitem a estruturação de um fio condutor que une diferentes níveis de leitura, possibilitando uma observação do debate coevo em torno da arquitectura portuguesa, dos critérios editoriais e do debate de temas transversais, desde o modernismo à revisão do moderno.